sábado, 25 de agosto de 2012

Robô

Sou um robô. Deixei de ser humano a algum tempo já. Minhas partes foram sendo substituídas. Um braço, outro braço... Uma perna, outra perna... Olhos deram lugar a lentes, neurônios a chips e pele a carcaça de metal. Não penso mais - processo informações -; sou uma máquina. Coração? Não uso sangue. Uso energia elétrica. Ligo-me a tomada e vejo minha vida voltar. Sexo? Não faço. Uso minhas conexões sem fio para transmitir informações. Amor? Não existe. Não existe amor. Entre robôs, entre humanos; entre pedras talvez. Porque há fogo no seu contato, mas não com a madeira que se parte e não se reconstrói. Sou artificial, sou complexo mas sou frágil. Sou mais homem do que nunca.

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