domingo, 9 de setembro de 2012

Redes

Sinceramente, acho que o Facebook estragou a vida de todos. Antes, as pessoas se procuravam fisicamente quando queriam uma companhia. Hoje, o fazemos por meio de "cutucadas virtuais". O senso coletivo está abalado. Enquanto lia um artigo acerca das redes sociais, estava refletindo: Realmente, nós já fomos mais inteligentes. Ou sempre fomos burros e estamos piorando, não importa. Nosso humor é decadente em todas as suas áreas, sejam elas virtuais ou reais. Nossa programação televisiva é de baixa qualidade, obrigando a população a apelar para canais pagos, que muitas vezes tem sua qualidade reduzida em função das operadoras que não oferecem um serviço de qualidade (as operadoras de telefonia não estão sozinhas nessa, ok?).

Banalização. Essa é a palavra. Por atenção, fazemos qualquer coisa. Melancia no pescoço pra que, se podemos "causar na timeline das pessoas"? Há uma carência muito grande, por parte dos usuários das redes. Isso pode ser observado em posts sem sustância, fotos de crianças doentes e outras poluições virtuais. Cada um, partindo do princípio da liberdade individual, posta o que bem entende e espera que os outros se agradem com aquilo (o que muitas vezes não acontece). Há uma imposição de ideias, intolerância em relação à diversos assuntos e plágio. Sim. O Ctrl + C - Ctrl + V, atingiu níveis absurdamente altos no mundo virtual (não mais do que nos trabalhos escolares, obviamente). Com o acesso a informação, copiamos e colamos aleatoriamente. Ideias se tornaram sem dono, tamanha a sua replicação. Mas isso não é algo ruim, uma vez que algumas são realmente muito boas, e não devem ser atreladas a apenas uma única pessoa, pois sofrem adaptações positivas.

Mas o grande problema das redes sociais como um todo (não apenas o Facebook) é o vício. Elas não são geladeiras, mas abrimos de cinco em cinco minutos (ou menos que isso, dependendo do grau de dependência) para verificar se alguém curtiu ou comentou as fotos do badalo de ontem. Nada contra, também faço isso, mas devemos ter limites. Nunca antes na história desse país usamos tanto o botão F5 como agora. Precisamos da aceitação, do feedback coletivo, muitas vezes nos sujeitando à análises sumárias de pessoas com as quais nem temos um vínculo forte. A ignorância da população é alarmante e não fazemos nada para mudar isso.

 O brasileiro está deixando de viver para se isolar. Se continuarmos nesse caminho, em breve não sairemos mais de nossas casas, não falaremos com os que nos rodeiam, porque nas redes temos tudo o que precisamos. O país será formado por "drogados virtuais", mais alienados do que já são. A única palavra que posso pensar nesse momento é atenção. Ao que dizemos e ao que fazemos. Ou deixamos de fazer.

Um comentário:

  1. Bom dia, Vinicius. Você tem muita razão no que diz em diversas questões.
    A necessidade de aceitação é grande, criamos laços fortes na net, mais até do que com próprios vizinhos.
    Não sei se por alguém ser "virtual", mereça menos a minha atenção, creio que não. Daí, nascem os vínculos, trocas de telefones, viagens para conhecer a pessoa querida.
    Concordo que o vício é perigoso, que realmente não fazemos quase nada em virtude das redes sociais, que esquecemos muitas vezes o compartilhar com a própria família.
    Na minha opinião, isso tem de ser revisto.
    Sou uma pessoa que interage demais e talvez ou certamente esteja enquadrada na sua postagem em alguns tópicos.
    Parabéns pelo texto!
    Beijos na alma!

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