Par-ti-do
Pe-da-ço
Que-bra-do
Frag-men-ta-do.
Nunca fui bom com divisão silábica, então optei por não continuar com a brincadeira. Para escrever essas palavras eu precisei de ajuda, imaginem se continuasse o texto inteiro nesse estilo? Alguns meses se passariam, boas novas ocorreriam e eu ainda estaria aqui, tentando escrever, juntando os pedaços do meu coração.
Ele está em pedaços. Foi quebrado. E eu estou aqui, com os cacos que sobraram. Um bocado virou poesia, outra parte virou otimismo para os amigos, um pouco está aqui comigo e o resto levaram pra longe. Tiraram de mim. Tenho fé que me devolvam, mas não sei se meu pedido será atendido.
Tenho um coração, não um fígado. Ele não se regenera, não se recria. Apenas diminui, encolhe e acaba. Está acabando. Diminuindo. Como ficarei quando ele se for? Não ficarei, apenas isso. Será o fim? Será.
Dramático? Sim. Sofredor? Sempre. Apaixonado? Eternamente. A ideia do duradouro, contínuo e intenso me parece boa, interessante. Embora com pouco tempo de vida, esse amor ardeu em mim. É engraçado como as coisas são. Nos apaixonamos pelas pessoas que vemos há poucos instantes e traçamos toda uma vida ao lado dela, mas ai os sonhos se partem, juntamente com nossas emoções..
Aí não tem mais jeito: minha veia dramática se desata do corpo e os textos repletos de amargura afloram. Acredito entreter por alguns instantes os filósofos ultra-românticos que conheço, talvez seja esse o meu objetivo. Porque escrever para purificar o corpo perdeu o efeito. Preciso de uma droga mais forte.
Os corações partidos tornam-se mais resistentes. Mas não quero o meu dessa maneira. Quero que esteja inteiro e completo com os pedaços que levou quando fugiu de mim. Quero você aqui.
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