domingo, 31 de março de 2013

Coração

Vá coração.
Pra perto de quem gosta de mim.
Pra quem me ama.
Pra quem me quer bem.

Voe coração.
Acima das nuvens.
Entre as estrelas.
Não vá muito perto do sol pra não se queimar.

Desça coração.
Cuidado com o pouso!
Não se machuque na aterrizagem,
você é o único que tenho.

É coração.
Você saltou de meu peito,
rasgou minha pele
me fez um buraco.

Só pra se juntar a outro coração.


sábado, 30 de março de 2013

Sensoria

Sensoria
senso
ria.
Do que?
apenas ria.
faça-o mais uma vez,
mas tome ar.
Inspire,
Expire.
Inspire-expire.
espirre.
inspire-se
inspire-me.
inspira aos outros.

sorria mais uma vez.

José

José e um menino.
Baixinho, bonito, esperto e inteligente.
Ele gosta de praia, do sol, das ondas...
Ele fica mais pro fundo que qualquer outro!
Ele me chamou uma vez pra ir até lá com ele, mas hesitei.

José gosta de filmes (cult).
Me sinto bobo perto dele, com minha cultura mainstream
(se é que posso chamar isso de cultura)
Ele me mostra várias coisas que são boas,
e aos poucos vou aprendendo mais sobre.

José tem um talento especial pra me fazer sorrir.
Até quando estou triste ou aborrecido, ele consegue me arrancar um sorriso
ou gargalhada!
Eu adoro as gargalhadas que solto em função dele.
São tão gostosas e bonitas...

José é um cara paciente.
Mais paciente que qualquer um que já conheci.
José, outras pessoas já teriam pulado do barco!
Mas você toma a vela, segura o timão e consegue controlar a embarcação,
nesse mar chamado existência.

José tem um "quê" de muso inspirador.
Ele me inspira há uns bons dias...
Nem sei quantos textos já escrevi sobre ele,
mas acho que essa é a primeira vez que falo isso abertamente.

José me completa.
Nós aprendemos que devemos ser felizes sozinhos, pois só assim somos completos.
Pode até ser uma verdade isso, mas não sigo-a.

José me disse uma vez pra procurar outras paixões, pois a dele não é a única.
Estou procurando.
Ma ele sempre será a maior de todas.

Dia de Chuva

Tá chovendo.

E muito! As janelas estão até molhadas. É como se fossem lágrimas de um tempo tristonho, cinza. No rádio toca Rome, uma trilha sonora sobre trilhas sonoras. O frio chega devagar, embaça as vidraças aos poucos. A luz está fraca, parece que a lâmpada vai queimar. Eu estou deitado na cama, enquanto escrevo essas palavras. Olho pela janela, vejo algumas pessoas e penso: estão se molhando. Elas devem estar sentindo frio. Devem estar cansadas. Devem estar com sono. E eu? Eu estou aqui, no calor, no sossego, debaixo do edredom no meu aconchego.

Elas estão vivendo.

terça-feira, 19 de março de 2013

Outono

O verão acabou.
O sol já está indo. Fique!
Ele não me ouve.
Pois bem: que venham os outros dias,
a outra estação.
Outono da alma, do espírito.
Dos santos e das folhas que ficam amarelas e caem.
Sopre o vento que pela as árvores.
Tinja a paisagem com seus tons dourado-opacos, oh natureza!
Prepare a vida para seu próximo capítulo:
inverno.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Loucura

Todo dia a loucura bate em minha porta.
Tem dias em que ela me abraça e me agarra,
e juntos sentamos no sofá para ver televisão e comer pipoca.

Tem dias em que vamos pra cozinha e fazemos brigadeiro.
Comemos sobre meu corpo, estendido sobre a mesa.

Algumas vezes vamos para o banheiro:
mergulhamos na banheira cheia de sangue.

Alguns dias, esses são os melhores:
Sentamos juntos na mureta da varanda...
Ela me diz: pula!
mas eu penso e não faço.
Então só conversamos.

Uma vez ela me ajudou a limpar a bagunça da minha mente,
Nas outras, ela me ajudou a bagunçar.

Ela já me inspirou algumas vezes.
E me desesperou em outras muitas.

E eu desesperei as pessoas.

Hoje eu não quis vê-la, portanto, nem abri a porta.

Formiga

Formiga.

Barata de Noite

Quando eu escrevo textos estranhos, eu me sinto a Fiona Apple em "Extraordinary Machine": Não sei o porque de tal associação. Acho que é pelo fato dela jogar a letra na música, ou porque me lembra um programa de culinária. Eu sei, não há nexo nisso, não há nexo em nada do que foi escrito!

As vezes eu escrevo apenas por escrever. Apenas pra não ficar parado. Apenas pelo prazer de digitar, ou ouvir meus dedos baterem nas teclas do teclado. Vez ou outra insiro um pouco de poesia em minhas linhas, sendo estas representadas por palavras bonitas, de boa sonoridade ou leitura. Vez ou outra, insiro humor barato também (pois é isso o que tenho para oferecer). 

Vez ou outra, vez por outra, vez e outra. Outras vezes...

Fazia tempo que não fazia isso. Não me importo se o texto parecer pobre por usar duas vezes a mesma palavra na mesma frase, como acabou de acontecer duas vezes seguidas!

Agora, eu não entendo: Por que escolhi o nome de "Barata da Noite" se de barata (de barato eu sei que tem) o texto não tem nada?

Acho que vou escovar meus dentes. De novo.

Barata de Dia

Hoje a tarde vi uma barata andando pela rua. Uma barata de dia. Algo que eu nunca tinha visto (ou não me lembro de te-lo feito anteriormente). Chovia. E uma barata andava em plena luz do dia (aparentemente sem medo de que alguém a matasse). Eu não iria mata-la, porque tenho medo de baratas -admito: as voadoras me assustam, me deixam e pânico-. Cheguei em casa molhado. A água secou em meu corpo.

Banho? Só tomei mais tarde. Enquanto isso, pensava, navegava, jogava minha vida fora em algo não-produtivo. Nada de bem para a humanidade ou descoberta fantástica (se bem que a segunda colocação por consequência pertence a primeira). Tentei estudar, mas não consegui. Tentei comer chocolate, mas não consegui. Apenas um bombom. Saudades dos tempos de criança! Tentei ler, mas também não deu.

Vim assistir a um filme. Tento desde ontem. Ele está pausado aqui, em 3 minutos e 48 segundos. Tentei me logar nas minhas contas com a luz apagada, mas não deu.

Merda, errei minha senha do blog.

Pelo menos descobri que "Id", do alemão "ele, isso", pertence à uma estrutura do modelo triádico do aparelho psíquico.

Ouvindo Feist então.