Tá chovendo.
E muito! As janelas estão até molhadas. É como se fossem lágrimas de um tempo tristonho, cinza. No rádio toca Rome, uma trilha sonora sobre trilhas sonoras. O frio chega devagar, embaça as vidraças aos poucos. A luz está fraca, parece que a lâmpada vai queimar. Eu estou deitado na cama, enquanto escrevo essas palavras. Olho pela janela, vejo algumas pessoas e penso: estão se molhando. Elas devem estar sentindo frio. Devem estar cansadas. Devem estar com sono. E eu? Eu estou aqui, no calor, no sossego, debaixo do edredom no meu aconchego.
Elas estão vivendo.
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