Todo dia a loucura bate em minha porta.
Tem dias em que ela me abraça e me agarra,
e juntos sentamos no sofá para ver televisão e comer pipoca.
Tem dias em que vamos pra cozinha e fazemos brigadeiro.
Comemos sobre meu corpo, estendido sobre a mesa.
Algumas vezes vamos para o banheiro:
mergulhamos na banheira cheia de sangue.
Alguns dias, esses são os melhores:
Sentamos juntos na mureta da varanda...
Ela me diz: pula!
mas eu penso e não faço.
Então só conversamos.
Uma vez ela me ajudou a limpar a bagunça da minha mente,
Nas outras, ela me ajudou a bagunçar.
Ela já me inspirou algumas vezes.
E me desesperou em outras muitas.
E eu desesperei as pessoas.
Hoje eu não quis vê-la, portanto, nem abri a porta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário