Estou de mau humor hoje. Poderia escrever um simples texto confessional e intimista, mas o que ouço não me permite. Poderia também escrever uns versos amargurados em oposição ao sol que brilha e ao calor que me mata. Também seria uma ideia legal falar dos sorrisos das pessoas, da alegria que me cerca, mas não.
Estou mau humorado hoje, e a culpa é sua. E sua. E sua também. De todos vocês. Estou exercendo a minha bipolaridade em meio a pianos irregulares e versos difíceis, tal como Fiona Apple se derrama em sua nova investtida. É isso: me sinto Fiona hoje. Seria isso possível? Nem gosto tanto dela assim...
Mas escrever palavras ao som dela é algo realmente interessante: a insatisfação sentida em cada uma das palavras, a vontade de dobrar letras enquanto se escreve, toda a licença poética envolvida, é algo incrível, ainda que tenha um gosto amargo, ou melhor: não tenha gosto. Apenas o sabor insípido de minha saliva.
Ter ou não ter gosto? Ode às contradições e as não-negações.
Estou chato hoje.
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